Tomei um café na casa da Marine, no domingo, antes de viajar para o teatro. Sim, viajar, porque nunca imaginei que Gennevilliers ficasse tão na pqp de Paris. Na verdade, oficialmente nem é mais Paris. Para chegar lá, o metro cruza o Sena duas vezes! Quando saí na última estação da linha 13 (que by the way eu nunca tinha pego) fui procurar a rua e percebi que nem constava no meu plan de Paris! Abstrai o cc, a distância, as pessoas estranhas e o fato de que eu estava sozinha num subúrbio de Paris e pensei comigo mesma "isabel, tudo pela arte! você está prestes a ver 'ifigênia em áulis', olha que privilégio!". Nenhum carro queimado pelo caminho, bom sinal. Chego viva no teatro, eu e minha bolsa Vanessa Bruno.
Até agora não sei o que achei da montagem da peça. Talvez só faça sentido depois de ver a montagem do Racine amanhã. Então vou fazer um suspense em relação à peça! Amanhã eu conto...
Dormi até às 10 hoje - afinal não tenho aula às segundas. Me arrumei rapidinho e fui resolver burocracias. Eu tinha que comprar um selo para a minha carte de séjour - selo mais caro da minha vida, inclusive - na mairie do 6ème, que fica literalmente atrás da minha rua. Eu simplesmente me perdi no meu próprio quartier. Tenho a leve impressão de que eu fico alucinada quando esqueço o óculos em casa. Essa não foi a primeira vez. Quando acordo e saio para a rua sem meus óculos é como se eu tivesse sonâmbula. Gente, alguém aí já passou por isso? Ou eu sou louca?!
Bom, depois Marine veio aqui em casa para fazer uma pesquisa na Internet. Ela achou minha casa mimi. Enquanto ela fazia a pesquisa, eu adiantei bastante meus estudos de arqueologia grega. Completei quase toda a carte muette da Grécia Antiga! Já sei nome de todas as ilhinhas do Mar Egeu!
Tomei banho, Hyomin passou aqui em casa, estava désolée porque não havia conseguido ingresso para o show do Nouvelle Vague hoje. Comemos um crepe; no da Hyomin tinha um steak haché dentro! No meu tinha um ovo, claro, eu adoro um ovinho no meio da comida tal qual meu pai. Começou a chover forte pacas e eu me lembrei da coisa que eu sempre lembro quando chove forte: eu não tenho guarda-chuva. Eu já passei 7 meses em Paris sem guarda-chuva. Meu Deus, como eu consegui? Pensei também na segunda coisa que eu penso quando chove e eu lembro que não tenho guarda-chuva: meu rímel não é à prova d'água.
A vida segue, não é? Fui correndo até o metro mais próximo. Eu estava na linha 4 às 18.30... Depois de quase meia hora finalmente cheguei em Pigalle. Tudo estava como sempre, inferninhos, néons vermelhos por toda parte. Entrei no La Cigale, peguei uma cerveja e me sentei. Uma moça chamada Katherine sei lá das quantas abriu o show. Ela é daquelas que cantam fininho e longo, sabem? Dava para ver que ela estava muito feliz cantando. Não entendi como porque as músicas dela são muito, muito boring. Tão boring que no meio de uma música uma menina que estava bem na frente caiu pra trás, a cabeça dela quase tocou meu pé, e começou a ter um ataque epiléptico! OK, vocês devem estar pensando em como eu não tenho conhecimento algum de medicina (afinal, eu mal sei qual remédio tomar para resfriado) para afirmar assim com tanta certeza. Mas fez tanto sentido! A menina caiu para trás tão forte, como se fosse uma stunt de filme do Jackie Chan. E a Katherine sei lá das quantas continuou de olhinhos fechados, cantando sua canção com muita honestidade sem se dar conta do buraco que se formava no meio da platéia para acudir a pobre epiléptica!
O show do Nouvelle Vague? Dionisíaco!
Escutando: "Dance with me", Nouvelle Vague
5 Comments:
Hahahahahaha!!!
Bebel, você tá muito figura!!
suas histórias são demais, Bebel! fico aqui às gargalhadas! BEM MELHOR quando eu começo o dia te lendo!!!
verdade. seu blog tá delicioso. e eu ando com uma inveja louca desses shows que você tem visto. e fico aqui sonhando...
verdade. seu blog tá delicioso. e eu ando com uma inveja louca desses shows que você tem visto. e fico aqui sonhando...
existem vários tipos de epilepsia, né.. em alguns tipos, o cara tem um negócio chamado aura, no qual ele sabe que vai ter a crise e, então, procura ficar sozinho, ir prum lugar calmo, seguro. pelo tipo de crise que você descreveu, a menina não tinha aura, coitada. e não tem jeito.. quando for assim, as pessoas têm que tentar colocar alguma coisa fofa (uma almofada, um casaco, uma bolsa sem nada dentro) no chão pra que a pessoa não bata a cabeça muito forte. fora isso, deixar passar. se a crise durar 10 minutos (o que é raro), chamar ambulância.
comentário médico a parte, j'adore tes aventures à paris e não sei como você sobrevive sem um guarda-chuva.
e bolsa vanessa bruno é chique demais!
beijos!
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