83, Rue de Rennes 75006

L'incurie de la toilette est un suicide moral.

dimanche, novembre 26, 2006

O brunch - parte 1

Qualquer coisa pode ser motivo para fazer, como diria a revista Caras, um "evento" aqui em casa. Eu e Marine (a outra Marine, das ilhas Maurício) descobrimos que escolhemos a mesma passagem de "L'éducation sentimentale" para apresentar semana que vem. Então, pronto, convidei ela para estudar lá em casa no sábado. Não satisfeita, resolvi que faria um brunch depois dos estudos para celebrar esse livro maravilhoso! Que mentira de lorota boa... claro que o livro é maravilhoso! Inclusive eu ando meio obcecada por ele. O nome dos personagens já viraram adjetivos no meu vocabulário. "Ihh esse aí é tão Monsieur Arnoux". "Ó, não dê uma de Frédéric, hein"! Mas, voltando ao assunto, eu quis dar o brunch porque - sim, admito! - eu tenho um lado socialite dentro de mim! Nossa, me senti até mais magra depois dessa frase!


Pois então, planejei tudo durante a semana. Imaginei eu e minhas comadres tomando cházinho (Hyomin e Dominika, a polonesa, nos encontrariam exatamente às... 17.00!), conversando sobre frivolidades no meio de docinhos tão lindos que daria até pena de comer! Algo assim no clima Marie Antoinette!




O grande dia chegou. Botei meu despertador às 9 horas, pois eu tinha que começar a produção. Chovia, então resolvi adiantar a segunda parte do plano: a faxina. Comecei por onde sempre começo, o chão. Eu conheço o chão da minha casa nos mínimos detalhes. Depois limpei o banheiro, lavei a louça e a guardei (porque não é visualmente bonito deixá-los expostos). Claro, sempre esborrifando entre uma etapa e outra meu spray com cheirinho de... agora não me vem o nome do cheiro, mas digamos que é um cheiro de limpeza!


Antes de sair de casa, separei meus assiettes Pompadour (iguais aos dessa foto , mas em preto e branco!). Passei no Gibert Jeune e comprei "Les règles de l'art", do Bourdieu, para me ajudar no trabalho do Flaubert. No caminho para o caixa vi "O mal-estar na civilização", livro citado em 10 entre 10 trabalhos meus, na seção de Psicanálise (e onde mais estaria?!) e não resisti, apesar de ter ficado com um pé atrás em relação à tradução ("La malaise dans la culture").

Saí de lá e fui comprar a rosa da semana. Catherine ainda nem tinha morrido completamente, ela ainda agonizava, mas vamos combinar que meus convidados não iriam apreciá-la nesse estado deplorável! Rebaixei Catherine para a cozinha, dividindo a "cela" com Maria e Antonieta. O "broto" da semana é a mais avant-garde de todas até agora. Ela é branca com pinceladas de rosa, que lembram muito o action painting pollockiano. Mas como Pollock nunca pintou com rosa, acredito eu, resolvi fazer uma singela homenagem à sua grande mecenas, criadora da Art of this Century e ex-mulher de Max Ernst, a minha, a sua, a nossa: Peggy Guggenheim!


Mas, caros leitores, eu não imaginaria o que estava por vir...


To be continue.

15 Comments:

Anonymous Anonyme said...

Primoroso relato.
Mal posso esperar a continuação.
Destaques: "eu tenho um lado socialite dentro de mim! Nossa, me senti até mais magra depois dessa frase!"
De onde você tira essas coisas?!

4:09 AM  
Anonymous Anonyme said...

HAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAA
adoróvski.

9:31 AM  
Anonymous Anonyme said...

Socialite... :)

Peggy Guggenheim!!! É um bom nome, uma ótima homenagem... só fico um pouco triste pela Catherine...

1:50 PM  
Anonymous Anonyme said...

Bel conta o que passou depois. As tuas historias sao sempre alucinantes. Beijos

5:00 PM  
Blogger carolina said...

amei, bel. quero continuação! quero continuação!

e adorei que a nova rosa chama peggy. amei amei.

5:54 PM  
Anonymous Anonyme said...

Como assim, parte 1 ? "Realmente, essa história é muito bonita".

7:17 PM  
Blogger Janja Fontes said...

cheiro de lavanda??



Bebel, acho que você nasceu no século errado, com todo respeito.

10:05 PM  
Anonymous Anonyme said...

bebel!!!!!!!!!

1:56 AM  
Anonymous Anonyme said...

linda, não é vc quem sempre diz que nasceu no século errado! Essa é a oportunidade de experimentação comportamental da sua visa!
Freud é meu consolo - homens cafas = homens com medo de perder o pipi.
heheheheheh
Beijitchos!

2:12 AM  
Blogger Anah said...

muito bom bel! estou precisando de vc aqui em casa! hihi beijos

10:39 PM  
Blogger Janja Fontes said...

Eu ouvi "parte 2"?

4:43 PM  
Blogger carolina said...

éee. cadê a parte 2?

9:58 PM  
Anonymous Anonyme said...

E ai?

Queremos a continuação....

11:11 PM  
Anonymous Anonyme said...

parte 2, tan tan tan, parte 2, tan tan tan

11:20 PM  
Blogger Julieta said...

Velma Kelly ta adorando esse negócio de todo mundo deixar comentários pedindo pela segunda parte, né? Vai Velma Kelly, conta logo!

7:36 PM  

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